16.12.12

/acontece neste muro,
estiola-se de pássaros/ rispidos
do que ruma,
desimpedindo-se, às trepadeiras,
vox, bizarria/
a secura consuma a suspensão
por raios
de arame/ num
ritmo aureolado
paupérrimo

roca. algo entra
como uma clareira
pálpebras,
resvala tênue e perigoso,

aos poucos, istmo
pérola & pericia,
bala


o medo, vala revolvida,
estiagem, de agora
realoca-se
desde o áspero dos pássaros,
o que ressoa
é tão interior, tão resoluto

grassa multidões, ofega
a solidão que quer ficar.

redige-se um aviso/ o tempo todo
lado a lado, instrumento de convencer,
vaidade à taxidermia,
é avesso:
pedra navalhada/ urgência,

um único rombo ao dia
basta,  vermelho
incandescente

espreita a urdidura das réstias, o ritmo
crescente

minha cabeca,


minha cabeca é o que cai
minha cabeca é sempre
essa voracidade anil
(o que cai)
uma montanha perto demais,
quartos acumulados, a grama
que cresce desordenada
qual um grito que se erradica.

mas minha cabeça também é a dignidade
que abafa as imagens, que às vezes
ganhamos sem nem merecer
por um silêncio acidental.
ela mesma. recusa esquecimentos, mas não lhe acenam
lembranças
assoma feita sombra possivel.
e então fico,
mais uma vez,
baldio, em direção
a uma tenacidade mais funda
estirada, decaida
de uma pretensão, radicada
como uma pista,

um anuncio aéreo
quer dizer mais ou menos isso:
que um marco na imensidão infinita não quer dizer nada
enquanto não se cumpre como um marco da imensidão.

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